O desejo de chamar de volta o trauma psíquico e apresentá-lo em sua profundidade, iniciou-se durante o mestrado em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá, sob supervisão do prof. Dr. Gustavo Ramos Mello Neto. Nesta trajetória revisitamos textos sobre o tema desde os primeiros trabalhos em psicanálise, não nos atendo apenas aos artigos consagrados, mas estendendo-nos aqueles pouco conhecidos, que já anunciavam os grandes desfechos dos textos clássicos. Muitas questões surgiram durante esse processo sobre o que de fato teria mudado na concepção freudiana sobre o assunto durante a construção da psicanálise, por isso seguimos a obra de Freud cronologicamente atrás destas mudanças. Ao final deste percurso, vimos que mesmo diante de inúmeras transformações no decorrer de toda obra freudiana, grande parte dos enunciados dedicados ao trauma, foram reconsiderados e revalidados, principalmente em Moisés e o Monoteísmo (1939). Possivelmente as guerras e as condições de vida de Freud no final de sua vida, fizeram-no retomar o trauma psíquico e atribuir-lhe novamente importância.