Conjugar a vida profissional enquanto psicólogo com inquietações acadêmicas foi um desafio que me lançou em um sonho que se concretiza neste livro. Implicado com o paradigma da Justiça Restaurativa, que fundamenta a atuação da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santarém/PA - município de médio porte situado no coração da Amazônia - e convicto que caminhos alternativos às práticas tradicionais podem ser construídos no percurso socioeducativo por parte dos adolescentes em conflito com a lei em nosso país, questionei se intervenções sistematizadas segundo os pressupostos da JR favoreceria a construção de novos sentidos subjetivos ao processo de enfrentamento das adversidades por parte de tais adolescentes e se contribuiria para a superação da condição de vulnerabilidade a práticas infracionais. Muitas questões foram levantadas e muitos caminhos desbravados. Portanto, considero o conhecimento compartilhado nas próximas páginas válido no processo de consolidação da Justiça Restaurativa na socioeducação brasileira, muito embora parta de uma realidade específica da Amazônia.