A moda é um termo particularmente difícil de definir. Pode ser intuitivamente entendido como um fenómeno que reúne diferentes formas de ser e que pertence a vários domínios da vida social. O ensaio pretende escrutinar a base processual da moda através das lentes do pensamento sistémico, argumentando que 1) a moda é, no fundo, sistémica e 2) vários aspectos deste fenómeno multifacetado - estilo, elegância e tendências, entre outros - resultam da complexidade de múltiplas interacções. Desde o fio ao tecido e mais além, os principais componentes do vestuário são investigados para detetar os processos que estão por detrás de cada um deles. A relação contínua entre o utilizador, a roupa e o ambiente dá origem a uma poderosa textura temporal das peças de vestuário, quer para o passado (o vintage), quer para a atitude de previsão dos artigos têxteis. Para a estudiosa de moda Marina Nelli: "O conceito metafísico de Fisogni, num ensaio tão belo quanto raro no seu raciocínio comparativo e sinérgico, é uma metáfora. Não é o "além" abstrato de uma disciplina concreta, mas é a observação profunda e a aquisição de conhecimento dos princípios e dos fenómenos que estabelecem a vida e as experiências".